Suspeito diz que jogou corpo de empresário em rio a mando de sócio
Preso em 5 de junho, em Uberlândia, o suspeito voltou ao rio no dia seguinte com os bombeiros para ajudar na busca pelo corpo do empresário
atualizado
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O suspeito de envolvimento no desaparecimento do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, de 43 anos, que foi preso em Uberlândia (MG) nessa quinta-feira (5/6), afirmou à polícia que jogou o corpo de Nelson no Rio Grande, em Miguelópolis, no interior de São Paulo, a pedido de Marlon Couto Paula Junior, investigado como possível responsável pelo tiro que teria matado o empresário.
Além disso, o suspeito disse que foi pessoalmente buscar o corpo do empresário da vítima após ele ter sido morto em Cravinhos. As informações foram confirmadas ao Metrópoles pelo delegado Heitor Assis.
Após ter sido detido, o homem, identificado como Felipe, foi levado, junto com o Corpo de Bombeiros, para realizar uma busca pelo corpo no empresário no rio. Veja:
Três prisões
Além do homem preso em Uberlândia, uma mulher suspeita de participação na morte de Nelson foi presa no dia 4 de junho em São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo. Marcela Silva de Almeida é esposa de Marlon, que continua foragido.
A mulher ou a ser investigada pela polícia por viajar com Marlon para São Paulo para buscar Tadeu Almeida Silva, seu tio, após abandonar o carro do empresário na capital.
Tadeu se entregou à polícia no dia 29 de maio. Ele relatou ter dirigido o carro da vítima e afirmou ser a pessoa que apareceu usando o boné do empresário em imagens de câmeras de segurança, além de ajudar a se desfazer do corpo.
Tadeu contou que, no último dia 16 de maio, Nelson chegou na empresa AppleLife dirigindo o próprio carro. Ali, aconteceria uma reunião. Nelson e Marlon eram parceiros no ramo de suplementos, sendo uma das marcas a Bariatric Gold.
No encontro, teria havido uma desavença entre os dois, porque Marlon estaria usando indevidamente a marca Bariatric Gold, da qual Nelson era dono, em um site de vendas. “Para tentar solucionar a questão, Nelson exigia o pagamento de uma quantia mensal para que ele não derrubasse a página em que o suplemento era vendido”, afirmou Tadeu.
Ele disse ter ouvido um disparo e visto Marlon atirando na cabeça de Nelson. Segundo Tadeu, o suspeito de ter executado o empresário pediu para que ele pegasse lonas e cordas para amarrar o corpo. Depois, uma mangueira, para lavar o sangue da vítima.
Conforme o depoimento, Marlon ainda teria orientado Tadeu a pegar o carro de Nelson e abandonar na cidade de São Paulo. Segundo Tadeu, eles jogaram o corpo em um rio de Miguelópolis, no interior paulista.
Depois de abandonar o carro, se encontrou com Marlon e Marcela. Os três foram, então, se encontrar com a esposa de Nelson, que estava em uma delegacia. Na sequência, acompanharam a viúva até em casa. Imagens de câmeras de segurança mostram Tadeu, Marlon e Marcela entrando no prédio em que o empresário morava com a família.
Relembre o caso
Desaparecido em 16 de maio, Nelson Francisco Carreira Filho teria sido morto e tido seu corpo jogado em um rio, segundo teoria apurada pela Polícia Civil.
Nelson desapareceu após participar viajar para uma reunião na cidade de Cravinhos, na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. No dia seguinte, o carro dele foi encontrado na rua Dona Clara de Oliveira, na zona norte da capital paulista.
Empresário desaparecido
- Desaparecido desde 16 de maio, Nelson Francisco Carreira Filho é empresário da indústria farmacêutica.
- Buscas em abrigos e unidades de saúde foram realizadas, mas nenhum registro relacionado a Nelson foi localizado.
- Cartazes de desaparecimento foram emitidos e divulgados.
- Imagens foram inseridas no sistema de reconhecimento facial Smart Sampa.
- O corpo de Nelson, que teria sido jogado em um rio, ainda não foi localizado.
Uma das irmãs de Nelson, Melissa Carreira, contou ao Metrópoles a versão da família sobre o desaparecimento e morte do empresário. De acordo com ela, os dois sócios que teriam matado Nelson foram ao apartamento da esposa da vítima no dia do desaparecimento. Ainda conforme a irmã do empresário, um dos suspeitos teria atirado em Nelson, enquanto ele estava de costas. Em seguida, os suspeitos teriam jogado o corpo no rio.
Melissa falou que os três (Nelson e os sócios) se desentenderam durante a reunião, não entrando em acordo sobre valores. “O Tadeu ficou na sala com o Nelson e o Marlon falou que ia ao banheiro. Quando saiu do banheiro, ele estava com a arma e atirou. Deu um na cabeça e dois nas costas, aí eles enrolaram [o corpo de Nelson] no saco que tinha lá e jogaram ele no rio”, contou.
O advogado de Tadeu, Renato Savério, informou à reportagem que seu cliente é o homem que foi visto usando um boné parecido com o do empresário. Renato afirmou que seu cliente não participou do homicídio, somente da ocultação do cadáver. O suspeito também é a pessoa que deixou o carro de Nelson Francisco em São Paulo.
Quem era Nelson Francisco Carreira Filho
Conhecido como Tico pelos amigos e familiares, o empresário Nelson Francisco Carreira Filho, que havia desaparecido no dia 16 de maio, era um homem maravilhoso e que sempre cuidou muito da família, afirmou Melissa Carreira, ao Metrópoles.
Caçula de 5 irmãos, Nelson Francisco Nelson sempre cuidou muito da família, afirmou Melissa. “Ele era um homem que resolvia tudo. Ele tinha solução para tudo”, contou. O empresário era casado há 12 anos e era pai de uma menina de 12 anos que, segundo a irmã, era o amor da vida dele.
“A gente está em choque porque a gente não imagina a nossa vida sem ele mais, porque ele era nossa base”, lamentou Melissa.
A irmã da vítima explicou que eles perderam o pai quando Nelson tinha 13 anos e, desde então, ele era a base da família.