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Matheus Aleixo, da dupla com Kauan, usou as redes sociais para fazer um longo desabafo sobre o fato de outros artistas regravarem composições dele sem autorização.
A reclamação dele se refere a uma versão de A Nossa Praia gravada pelos artistas de arrocha Heitor Costa e Henry Freitas. A faixa foi lançada em 2017 e faz parte do projeto Na Praia 2 – Ao Vivo, da dupla Matheus e Kauan.
“Estou vendo um monte de gente gravando A Nossa Praia. Engraçado que eu sou o compositor da música e ninguém nunca falou comigo para gravar a música, para soltar no Instagram, para soltar não sei onde. Que loucura, né? Que tempos que a gente vive. Nós não somos donos de mais nada mesmo, nem do que é nosso”, desabafou Matheus em um dos vídeos que postou falando do assunto.
O compositor, que escreveu a letra junto com Cesar Zocante e Matheus Marcolino, ainda falou em “fazer justiça em nome de todos os compositores”.
“Eu fico muito triste em ver um colega de profissão usar de algo tão íntimo, criado com tanto cuidado, como se fosse dele. Sem sequer procurar a gente para ver a possibilidade de gravar. Então, acho que não é só uma questão de justiça. É um pouco de ética também. Espero que isso sirva de alerta para que esse tipo de atitude não se repita no nosso meio”, desabafou.
Ele ainda afirmou que se tivesse sido procurado pelos artistas, “talvez até liberasse a música de boa”.
Até o momento, a assessoria de Matheus Aleixo ainda não respondeu aos questionamentos da reportagem do Metrópoles em relação à retirada da versão de Heitor Costa das plataformas.
O lado de Heitor
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma conversa entre Matheus e Heitor, no qual o compositor afirma que vai pedir a retirada da gravação da música das plataformas digitais. A versão de Heitor Costa e Henry Freitas não estava mais disponível no Spotify nesta sexta-feira (6/6) no momento da publicação desta matéria.
Na conversa entre Heitor e Matheus, o cantor de arrocha disse que achou “paia” a exposição do caso nas redes sociais e que ele achava que o escritório dele tinha autorização para a regravação.
“Mas caso não tenha, você pode entrar na Justiça e alegar que a gente roubou a sua música, e aí você ganha na Justiça”, afirmou Heitor, que também alegou não saber que a música era uma composição de Matheus.
“Infelizmente, eu não sabia, acontece. Nessa correria de muitos shows, acabei subindo essa música nas plataformas digitais. Desde 2023, todas as músicas que eu subo nas minhas plataformas têm liberação.”
A versão de Heitor alterou o nome da faixa, que foi lançada com o título A Nossa Praia É Amar, trecho da letra. No Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), o nome original é A Nossa Praia.
“E vocês acreditam que a única música que não tinha a liberação era A Nossa Praia é Amar? E aí deu no que deu. Eu não sabia. Queria pedir perdão a Matheus, a Kauan, e a todos que se sentiram ofendidos com essa atitude”, desculpou-se o cantor de arrocha.
O lado de Henry Freitas
Henry Freitas disse que teve, sim, a autorização para fazer a regravação lançada em abril. Segundo ele, a autorização foi concedida em março, um mês antes do lançamento.
“Meu nome tem sido vinculado a notícias que não são verdadeiras. Queria dizer para vocês que a gente tem a liberação dessa música e ela chegou para mim e para minha equipe no dia 12 de março. E ela só foi lançada dia 4 de abril nas plataformas de música e de vídeo”, disse.
“Então tá tudo certinho, eu não subi música sem liberação. Quero dizer também que não tenho nada contra os meninos do Matheus & Kauan. Adoro, gosto, sou fã para caramba”, enfatizou.
Grupo de compositores
Um grupo de compositores sertanejos publicou uma nota de repúdio nas redes sociais citando o caso de A Nossa Praia. A nota destaca o “total repúdio à prática crescente e inaceitável de regravações não autorizadas de obras musicais, sobretudo no segmento do arrocha, onde a apropriação indevida de músicas alheias tem se tornado uma rotina silenciosa — e extremamente prejudicial”.
O comunicado aponta o caso de Matheus Aleixo como “alarmante”. “Trata-se de mais um caso que escancara o desrespeito sistemático ao direito autoral, à ética artística e ao esforço criativo de quem constrói as bases da música brasileira com talento, suor e verdade.”
O texto diz que A Nossa Praia não é um caso isolado e que vários compositores enfrentam a mesma realidade há anos, o que “demonstra não apenas negligência, mas uma tentativa clara de enfraquecer a força do autor em um mercado que depende diretamente de sua criatividade”.
“Quem regrava sem pedir autorização está cometendo um crime além de um ato ilegal, antiético e desmoralizante para a classe criativa. A desculpa de que ‘é homenagem’ ou ‘o público gostou’ não isenta a obrigação legal e moral de reconhecer o autor da obra”, destaca a nota.
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