DCE-UnB e movimentos de esquerda fazem ato em repúdio ao golpe de 1964
Ato ocorreu na noite dessa 3ª feira, na Rodoviária do Plano Piloto. Protesto lembrou vítimas da ditadura militar e pediu prisão a Bolsonaro
atualizado
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O Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE-UnB) realizou, junto a outros movimentos de esquerda, um ato em repúdio ao golpe de 1964 – iniciado entre 31 de março e 1º de abril daquele ano, dando início a uma ditadura de 20 anos, que terminou marcada por assassinatos cometidos por agentes do Estado e com diversos desaparecidos políticos.
O ato ocorreu na Rodoviária do Plano Piloto, na noite desta terça-feira (1°/4). Os manifestantes carregaram bandeiras, distribuíram panfletos e gritaram palavras de ordem, em repúdio aos 61 anos do golpe e em memória às vítimas e às famílias afetadas pelo período ditatorial.
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“É fundamental a gente organizar movimentos como esse porque, ados 30 anos do fim da ditadura, nenhum dos torturadores, assassinos e golpistas foi punido. E a impunidade do ado gera impunidade no presente”, afirmou Caio Sad, integrante do DCE-UnB e um dos organizadores do ato.
Os manifestantes pediram, ainda, pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Ele e mais sete investigados foram denunciados por participar de uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022.
Saiba quem são os réus:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Como o STF aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PRG), os investigados se tornaram réus. Durante a tramitação do processo na Suprema Corte, as partes envolvidas vão prestar depoimento e poderão apresentar testemunhas, além de provas sobre as respectivas narrativas.