Motta critica “custo Brasil”: “É um peso que sufoca a nossa indústria”
Fala de Motta sobre dificuldades no setor produtivo ocorre em meio a discussões sobre revisão no aumento do IOF, estabelecido pelo governo
atualizado
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira (6/6) que o custo Brasil é um fator que “sufoca” a indústria brasileira. O parlamentar discursou no evento “Diálogo Sobre a Competitividade: combate ao Custo Brasil”, promovido durante o encontro da Associação Nordeste Forte em Campina Grande (PB).
“É um peso que sufoca a nossa indústria, inibe investimentos, limita a geração de empregos e, em última análise, compromete o bem-estar da população. Diante desse quadro desafiador, a Câmara dos Deputados não tem se omitido”, afirmou no evento que reúne lideranças de setores da economia e autoridades regionais e nacionais.
O presidente afirmou ainda que a Câmara está ciente deste problema nacional e os deputados têm atuado para reverter o cenário e melhorar o ambiente de negócios no Brasil.
“(A) reforma tributária, por exemplo, em fase de regulamentação, constitui o histórico nessa direção, buscamos simplificar radicalmente o sistema, eliminar a cumulatividade, reduzir a litigiosidade e garantir maior transparência e justiça fiscal.”
No entendimento de Motta, o custo Brasil, no que tange as questões tributárias, resulta em um impacto que varia de R$ 270 bilhões a R$ 370 bilhões.
IOF no radar
A fala de Motta sobre tributos ocorre durante discussõs entre a Câmara e o governo federal sobre o aumento na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Foi editada uma portaria subindo as alíquotas de operações sobre as quais incidem o tributo. Após repercussão negativa, o Ministério da Fazenda, autor da ação, fez dois recuos. Apesar disto, há pressão para que as medidas sejam revistas.
Nesta semana, houve duas reuniões para tratar de possíveis alterações nas regras do IOF. O assunto pode ter uma definição no domingo (8/6), quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai apresentar a líderes partidários uma proposta em relação ao tributo, mas que também resolva a questão fiscal. O governo federal esperava equilibrar as contas públicas com um corte orçamentário de R$ 31,3 bihões e as mudanças no IOF, que incrementariam a arrecadação em R$ 20,5 bilhões.
O projeto de regulamentação da reforma tributária foi sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 16 de janeiro deste ano.